segunda-feira, 11 de abril de 2011

A origem do mal - o verdadeiro pecado capital

     Ao contrário do que se diz por aí, em diversas ramificações religiosas, existe apenas um pecado, uma falha humana que, a ser explorada, revela-se como a origem de tudo o que vai mal por este planeta fora. Que ninguém se iluda, todos sofremos dela incluindo, este vosso camarada que vos escreve. Mesmo a pessoa mais beata (talvez até especialmente estes), do simples servente de pedreiro ao excelso cargo de Primeiro-Ministro e até, num âmbito mais internacional ao digníssimo Papa, sofre desta falha.
     Perguntam vocês: "Que falha é essa?"
     A falha é inveja. Antes de começarem a rotular-me como tolo, desvairado, disléxico ou pior... observemos aquilo que conhecemos como "Os 7 Pecados Capitais" -Vaidade, Avareza, Ira, Preguiça, Luxúria, Inveja, Gula. Toda a gente os conhece, embora às vezes não saibam enumera-los. Irei, em seguida, analisar um por um e tentar mostrar que todos eles têm origem num só, a tal falha humana, que se revela como a fonte de todo o mal.

  1. Vaidade - é linear este pecado. Que mais podemos sentir, que não inveja, quando queremos ser o centro das atenções apenas pelo nosso aspecto físico? E que mais podemos sentir, senão inveja, quando, para nos sentirmos bem com nós próprios, precisamos de seguir toda e qualquer moda? Até mesmo orgulho é uma forma de vaidade que, por sua vez, é uma forma de inveja. E o orgulho apresenta-se em diversas situações. Noutra altura irei tentar elaborar sobre esse tema.
  2. Avareza - menos linear que o primeiro. Mas se uma pessoa não se sente feliz quando tem as suas necessidades básicas satisfeitas, a falha humana continua a ser exactamente a mesma. "Eu quero ter mais, porque aquele outro também tem". Isto, por si só, não tem nada errado. É perfeitamente saudável e até justo exigir mais qualidade de vida, melhores condições. Mas quando uma pessoa tem os recursos necessários para suprimir todas as suas necessidades e, ainda assim, "reserva" para si ainda mais recursos, de uma forma de tal modo egoísta, que "rouba" dos recursos necessários para o mais elementar modo de vida de outras pessoas torna-se avaro. E o "eu tenho mais do que tu embora não precise de tanto", é o quê? Vaidade. E vaidade é o quê? Inveja mascarada. Como diria o outro: e esta, hein?
  3. Ira - este será, talvez, o mais difícil de explicar como estando ligado à origem de todo o mal. Mas continuem a ler. O que nos provoca raiva ou ódio muitas vezes não é mais do que inveja. Já falamos de avareza e aqueles que não são avaros muitas vezes sentem raiva de quem o é. Muitas vezes aquilo que nos causa raiva ou ódio é apenas uma resposta a uma inveja camuflada. Xenofobia, fanatismo religioso, hooliganismo, vandalismo, "mob-behavior" são todos aspectos da ira. E todos eles estão ligados. Todos eles têm uma componente que, ao praticante, passa despercebida. "O meu Deus é melhor que o teu" - Vaidade; "a minha raça é melhor que a tua" - Vaidade; "Eu sou um gajo cool por isso vou partir a escola toda, vou sujar as paredes da minha cidade como se fossem as minhas paredes de casa só para ser popular com as miúdas que curtem bad boys" - Vaidade; "O meu clube perdeu; vou partir a cidade em duas" ou "o meu clube ganhou, vou dar cabo da cidade à mesma" (esta é parva de todo, só cabe na cabeça de um ser humano mesmo) - Vaidade. E nesta linha, todas as formas de ira podem ser ligadas. Fico à espera de mais exemplos nos comentários.
  4. Preguiça - não se fala aqui de quem gosta de ficar na cama a dormir até mais tarde ou de quem fica a vegetar em frente à TV um fim-de-semana inteiro, ou de quem fica nos chats, Facebook's e afins. Nada disso. A preguiça verdadeira, o pecado como o catolicismo o entende, é não darmos tudo de nós em tudo o que fazemos. Confiem em mim, na minha recente juventude frequentei grupos de catequese, grupos paroquiais, serões de "milagreiros" e sou até um ex-católico praticante,crismado, mas que não encontrou respostas na religião embora alguma teorias se apresentem como válidas. A preguiça está em quem não exerce do seu considerável poder para mudar o mundo para o tornar melhor. Quem nunca plantou uma árvore, quem nunca trabalhou a terra, quem não recicla e, entre outros muitos exemplos, quem não vota. É uma forma de inveja, quando queremos que as coisas nos caiam do céu. Invejamos quem não luta e consegue ter as tudo aquilo de que necessita e até muito mais do que isso. De certa forma, invejamos os deuses que podem estalar os dedos e tudo lhes é concedido.
  5. Luxúria - mais elementar que isto é quase impossível. Desde o cobiçar a mulher do próximo (leia-se também cobiçar o homem da próxima e todas as outras combinações possíveis), até desejar todo e qualquer ser humano (com batimento cardíaco ou não), passando por pedofilia, gero-filia, zoo-filia,  até à famosa queca mágica (em que dão a queca e um ou mais dos envolvidos desaparece logo a seguir - David Copperfield deu uma queca mágica na Claudia Schiffer e nunca mais ninguém a viu) tudo passa por inveja. Qualquer forma de sexo que não comporte a partilha do prazer é avareza. Qualquer forma de prazer que não comporte sentimentos é vaidade. E o que dizer dos praticantes de sexo-não seguro com múltiplos parceiros? Estarão furiosos com alguma coisa ou serão apenas vaidosos? Ambos? Enfim, ao seguinte.
  6. Gula - há muitas formas de gula. Desde o comer, beber, fumar e todas as outras formas de intoxicação "até ao limite". Quem nunca comeu para mostrar que consegue comer, quem nunca bebeu para mostrar o quão ébrio consegue ficar que atire a primeira pedra. Meninas e meninos com desordens alimentares também são invejosos e vaidosos por isso guardem as pedras no bolso por favor. Meninas e meninos que não comem um vegetal "porque  não sabem bem", peçam que vos atirem pedras (pode ser que o vosso cérebro comece a funcionar com pancada). Meninas e meninos que não comem nada que não venha entre dois pedaços de pão ou cima de um bocado de massa tostada, abstenham-se de ler este Blog, por favor. Preguiçosos! Aprendam a cozinhar! Mas voltando ao tema: quem absorve mais do que o necessário para se manter é guloso e ser guloso é ser avaro, soberbo.
    Caso se estejam a perguntar sofro de gula, de preguiça e de ira. Tento manter esses aspectos de mim controlados. Tenho dias bons e maus e outros assim-assim. Tento com todas as minhas forças que esses aspectos de mim não façam ninguém sofrer ou passar necessidade mas sou humano e falho. Estou a aprender a viver até morrer.
     Como é que eu ligo a inveja à origem de todo o mal? Simples. Observem todos os problemas que assolam este mundo. Guerras, fome, doença. Informem-se, analisem essa informação e cheguem à mesma conclusão que eu (não sou assim tão inteligente, acreditem que conseguem lá chegar). A maioria das guerras foram provocadas por ganância. Os EUA estão em pelo menos três frentes a combater rebeldes e civis e uns aos outros pelo vil petróleo. Esse recurso energético tem os dias contados, dado que, segundo alguns estudos, se produz apenas um barril para cada oito que são consumidos. Para quem não entende: imaginem que o vosso carro está na reserva e quando forem para abastecer apenas vos deixam abastecer com cinco euros. Outros estudos indicam que, a haver petróleo que chegue para tudo o que é necessário, os danos ao planeta já se tornaram irreversíveis e conduzirão à extinção da raça humana. Vejam a questão pelo lado que quiserem: estamos fodidos seja como for! A solução: cuidem do planeta conforme puderem e esperemos que ele tenha força para fazer o resto. Outras guerras são provocadas pelo fanatismo religioso. Não preciso de dizer que provar que um ser invisível e todo-poderoso, é mais poderoso que o próximo ser invisível todo-poderoso é um esforço que pode ser comparado a tentar partir titânio com os dentes! E é sinal de uma inveja cega e completamente ilógica! E nenhum dos lados possui provas inequívocas de que o seu deus exista de qualquer modo! Extremamente útil não acham? Quase tanto como colocar uma gaveta num par de brincos!
     O tema era um pouco religioso diriam vocês, meus caros leitores. Pois é, não há ninguém mais vaidoso do que alguém que diz falar com uma consciência superior nem ninguém mais ganancioso que aquele que acha que essa consciência só fala com essa pessoa e que, dito isto, pode ditar as regras para nós, meros escravos dessa consciência que dita toda a nossa existência. E àqueles que dizem que quem não acredita nessa consciência está perdido, amaldiçoado, fraco... antes perdido que fantoche, antes amaldiçoado do que condicionado antes fraco do que controlado. E aos que acreditam: comecem a atravessar a rua sem olhar para os dois lados. Não precisam correcto? Todos os vossos passos estão guardados não é?
     Até uma próxima meus caros leitores, em breve estarei de volta.
                                                  ZEITGEIST!

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